Ser cosplay não é fácil
O cotidiano de um cosplayer pode ser bem cansativo e as vezes desesperador, porém para a cosplayer Ivigna Sales, 20, que já faz cosplays a 6 anos e é algo incrível que ela leva como estilo de vida.
O primeiro passo para fazer um cosplay é a escolha do personagem, isso é muito importante, para Ivigna a primeira coisa que a faz querer ser o personagem é a personalidade, se combina com ela e se a roupa do mesmo cairia bem nela. Pois para se fazer um bom cosplay é preciso além de uma roupa bem feita, estudar os trejeitos, a personalidade do personagem a fim de passar para o público que vê a real sensação de estar frente a frente com seu desenho, herói favorito. É um trabalho que leva meses e Ivigna leva isso muito a sério. Ela fala que “ser cosplayer é ser tudo, porque você consegue ser qualquer pessoa sendo cosplay, entendeu? É ser várias pessoas dentro de uma só. Eu já fui chamada até de Mística (personagem dos quadrinhos x-men que possui poder de mudar de forma), porque eu consigo mudar de rosto dependendo do cosplay que eu estou fazendo. Então ser cosplay é ser todas as pessoas”.
Falando em custos, o de ser um cosplay varia muito, porém para algumas pessoas isso não é um problema, pelo menos não é para a Ivigna e, para ela, se ela gosta de um cosplay e tem condições de fazê-lo, ela o faz. Ivigna conta que já fez um cosplay simples de R$80,00, usando apenas tecido, mas que já chegou a gastar R$300,00, ela diz que não acha caro “é uma coisa que eu quero, não faço por obrigação, valor é o que menos importa”.
As pessoas geralmente costumam usar fantasias em algumas festas e datas comemorativas. É divertido se vestir como algum personagem que gosta e ser ele por algumas horas, mas várias pessoas levam a fantasia um pouco mais a sério e por causa delas o mundo cosplay existe.
Ser cosplay é algo além do que apenas se vestir com a fantasia, é dedicar-se em um personagem, estudando a sua personalidade, suas habilidades, se preocupar com os detalhes da armadura, capa, armas e também, fazer com que o público se encante ao ver seu trabalho que pode durar meses para ser feito.
Essa é a realidade de Ivigna Sales, 20, que se dedica a cada personagem que faz de uma forma tão incrível que as pessoas nem a reconhecem devido seu talento se encorporar o personagem que faz.
A cultura cosplay vem ganhando espaço no mundo nerd e se torna cada vez mais comum dentro da cultura brasileira.
Seja Quem Você Quiser
Por: Lara Albuquerque
Ser quem você quiser pode ser realizador e Ivigna diz que, para ela, existem sensações incríveis, “não é só para mim que eu me sinto bem desse jeito. É quando eu vejo uma criança e ela fala ‘olha mãe a florzinha’ e sorri, me abraçar, tirar foto, diz que não vai me soltar e quer me levar para casa. Aí sim, eu me sinto uma heroína, não é só por eu estar vestida como ela, não é a roupa que te faz uma heroína, é o que as pessoas de fora vão ser para contigo”.
Eventos e cosplays
Mauricío Aragão, 36, é diretor de marketing na empresa S1 Produções que promove várias festas com temas atuais da cultura pop, como Star Wars, Netflix e afins. Ele afirma que os cosplays são relevantes em eventos culturais por se tornarem uma atração para o público. Também diz, que através dos cosplays as pessoas se inspiram e tem seu "momento mágico" como acontece, por exemplo, na Disney.
Evento Nerd Pride que aconteceu No Órbita Bar.
Produção: S1 Produções Foto: Yago Resende
Afinal, de onde veio a cultura cosplay?
A cultura cosplay começou no Japão por volta de 1984, mas o primeiro cosplay conhecido foi o americano Forrest James Ackerman, que criou uma roupa inspirado em um filme da época "Things to Come", em 1939. Quem espalhou a ideia e viralizou o hábito de fantasiar-se para ir em eventos foi o japonês Nobuyuki Takahashi. E assim, a cultura foi se popularizando no mundo todo e hoje em dia podemos ver vários eventos com muitos cosplays, sendo eles até uma das principais atrações que agradam o público.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam ser cosplayer não é apenas diversão, pois existe uma parte séria e trabalhosa por trás, pois o cosplay tem de "nascer", desde a compra do tecido até o trabalho manual de costura e confecção de acessórios. Também existem vários campeonatos que consistem em desfiles dos cosplayers em que eles mostram sua roupa e habilidades (lutas, armas, danças), e os prêmios são em dinheiro ou, como recentemente o evento SANA (Super Amostra Nacional de Animes) fez em janeiro, uma viagem para algum local, no caso o evento proporcionou uma viagem ao Japão para os vencedores.